O crime de texugo bichinho virtual preto
Fumiko deitada nua em uma rede, bem a vontade, de meias coloridas, lindas meias coloridas. Em sua cultura as mulheres que andam nuas e de meias vivem mais porque as entranhas ficam em contato direto com a natureza, sobretudo, quando ocorrem catástrofes climáticas. Estes factores promovem inúmeros orgasmos naturais. Dizem que quando feito por chuva seguida de trovoadas, a mulher fica incontrolável. Existem até relatos sobre suicídios impulsionados pelas múltiplas sensações de prazer. E as meias? Essas impedem um possível resfriado.
De repente desce para Fumiko e uma enxurrada vermelha "agroselhada" invade a terra tocando o solo sagrado. Nesse instante, além de Fumiko expelir todos os seus desejos e pirações, aborta uma criança já grande e bem vestida que tenta se apegar a primeira coisa que vê. Porém, sua mãe ateia e à toa na life não aceita, e manda um de seus motoqueiros matar seu filho. Num golpe calculista, somado a um detalhe olímpico e preciso, o motoqueiro acerta em cheio a jugular do filho de Fumiko que se chamaria Chapahalls.
Chapahalls cai no chão e se estrebucha de dor e alívio, pois já confabulava em sua mente infanto-doentia como seriam os passeios aos parques, as saídas do colégio, lei contra tabagistas, aniversário de 18 anos... imaginou várias situações ruins que estaria presenciando, inclusive ser o alvo-mor de bandalheiras infantis. Bom... preferiu a morte.
De repente, Ele... Santo Expedito! O santo das causas urgentes veio mais rápido que o SAMU, acompanhado por uma ladainha adocicada e um tanto quanto... agro-melódica, dizendo o seguinte:
Eu fiz uma viagem
Encontrei Santo Expedito
Ele estava explicando
O que estava escrito
Pois neste mundo não existe ateu, no momento de sufoco eles sempre falam "ai meu Deus!", mesmo sendo no diminutivo, ou "ai minha nossa senhora!", a mesma regra serve neste caso; assim disse o professor...
De mãos entrelaçadas, num momento de apego e sofrimento, Fumiko aperta as handis de Chapahalls, e, parecendo querer reverter a situação começa a rezar. Mas não é uma reza comum, decorada ou entoada aos ventos sânscritos ou profanos... "Pode ser do Diabo ou de Deus, se tem a cura, vou atrás" (Retirado de Hélios).
Vendo a aflição de Fumiko, uma força maior a convida para ter um pouco mais de alívio, mas ela retruca com sua boca abençoada de pilherias pós-parto, e falando o que deseja em volume de tímpano de santo. Somente ela sabe e a quem direciona a oração. (Você poderá descobrir no capítulo 666 desta saga.).
Inexplicavelmente sua pele volta a ter coloração normal. Nem a Avon com parceria da água sanitária Globo seria capaz de clarear de imediato, aproximando da escala Pantone White Michael... Assim, voltando a ter tonalidade esverdeada, livre da palidez mortal da situação, consegue o feito inigualável de retirar um tamagotchi da boca de Chapahalls.
Sua missão: Cuidar do animalzinho virtual e fazer com que ele cresça e seja feliz.
Vamos Fumiko!
Mostre-nos do que é capaz!
Crie um texugo virtual e preto!
FUMIKO! JÁ GANHOU!
FUMIKO! FUMIKO A MELHOR!
(Final feliz de seriado japonês, incapacitado de sapiência e recheado de incoerências).
Texto escrito para "O crime do Texugo Preto" na livraria HQ Mix.
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