Morre aos 32 anos Dona Quatola, figura distinta e bem afiada na língua.
Esta é uma breve história da figura incomparável.
Dona Quatola e seu rabo nada convencional em:
UM DIA O RABO CAI...
Um dia Dona Quatola
Muito elegante e pomposa
Passou a se exibir perante vizinhos
Uma beleza que outrora no resguardo
Tornou-se patrimônio público
Faceira, esguia, split de cobra com pomba
Dona Quatola foi uma criatura divinamente correta,
Politicamente distinta, asseada no verbo,
Sempre de bem com a vida.
Durou sim. Durou até o dia que conheceu o mundo.
Sua língua, que de pura, antigamente um doce comum,
Agora nem mais pode degustar café.
Resolveu espalhar todo mal e veneno
Complemento amargo, bem amargo
Jiló com nabo. É isso! Vitamina bem batida,
Bem servida de coisas ruins.
Pisou em quem tentou lhe impedir
Atormentou o sono alheio
Limpou os pés em possíveis pretendentes
Que inocentes só serviram de piso
O que é isso Dona Quatola?
Uma figura distinta
Se deixou levar nas intrigas?
Pra modi que assuntá?
Isso só incha sua barriga, faiz mau pro figo e gruda as tripa
A fascinação de Dona Quatola pela vida alheia só fez com que sua aparência se tornasse desprezível. Inchou, perdeu seus lindos cabelos servidos de repuxo de arado. Sua boca derreteu devido ao infarto sofrido na recepção de uma intrigante fofoca. O olho, esse já não se encontrava nas bandas de cá, (em órbita com certeza estará). Sua língua não pescava mais moscas. Mais sensível, pescava conversas. Em sua traseira evoluiu um ser sem pretensão de saída, talvez nem de entrada. Ele não queria nada sério. Passaria um tempo por lá sem assinatura de contrato e todas essas coisas de adulto chato. Faria apenas um pagamento no estilo pensão para rapazes, pague e fique. Mas, esse ser, que é, ou foi uma terrível boca, começou a devorar Dona Quatola que de início perdeu a voz, depois a fome, a visão... e por ai foi a terrível boca estúpida agregando massa.
Quando bateu o novo no velho, disse:
- Já foi? Mudemos? Ahn... Sim – e começou a se autodestruir, se devorando ou devorando Dona Quatola.
Se hand então ao enigma do ovo ou do avestruz . Uma lágrima escorreu.
Podia ser:
(a) clemência;
(b) dor;
(c) perdão;
(d) um cisco (que é a que acredito ser)
Se fosse Zé Oroco aceitava a alternativa A.
E assim, num passe de mágica, Dona Quatola (ou a boca terrível) virou um asterisco.
Pum, fim.
Amanhã divulgaremos aqui a foto do ultimo registro em vida de Dona Quatola.
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